Diretor de Relações Intersindicais do Sindireceita participa de seminário da Federação das Indústrias de Santa Catarina para debater reforma administrativa

Diretor de Relações Intersindicais do Sindireceita participa de seminário da Federação das Indústrias de Santa Catarina para debater reforma administrativa

O diretor de Relações Intersindicais do Sindireceita, Geraldo Paes Pessoa participou de um seminário nesta quinta-feira (5) realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) para debater a proposta de reforma administrativa (PEC 32/2020) que tramita em Comissão Especial na Câmara dos Deputados. A mesa de debates foi conduzida pelo deputado Darci de Matos (PSD-SC).

Participam também do evento o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar; o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/SC), Ivan Roberto Tauffer; o deputado federal e relator da PEC 32 na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, Arthur Oliveira Maia (DEM/BA); o presidente da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), Clenilton Carlos Pereira e o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Santa Catarina (SINJUSC), Hélio Lentz Puerta Neto.

O deputado federal Arthur Oliveira Maia, relator da PEC, fez uma exposição da proposta de reforma administrativa e ressaltou que, em seu relatório, todos os Poderes, inclusive a cúpula do Judiciário e Legislativo serão abrangidos pela PEC, e que a estabilidade será restrita, não as atividades “típicas de Estado” mas sim as atividades “exclusivas de Estado”. Ele destacou ainda que o relatório também contemplará aspectos ligados à avaliação de desempenho em formato eletrônico e com a participação dos usuários do serviço público.

O presidente do Sinjusc, Puerta Neto, fez uma exposição sobre a quantidade de servidores públicos que considera insuficientes para levar os serviços públicos a quem precisa, destacando que mais de 80% dos servidores públicos no Brasil são municipais e estaduais, concentrando-se na educação e saúde, serviços públicos que atendem principalmente as camadas mais vulneráveis da população.

O diretor de Relações Intersindicais do Sindireceita, Geraldo Paes Pessoa, discordou do relator, para ele, já existem critérios de avaliação dos servidores público e a atual é suficiente para enfrentar os problemas, logo, não existem motivos para alterar a Constituição Federal. “Além disso, a maioria dos servidores públicos brasileiros trabalham em condições adversas, e a sociedade não pode se guiar pelas exceções para construir regras aplicáveis a todos,” declarou Geraldo Paes.

Geraldo Paes

Em sua fala no seminário, Geraldo Paes Pessoa pontuou ainda que a redução da desigualdade social é fator de alavancagem da prosperidade de um povo, logo, para redistribuir naturalmente a riqueza e os postos de trabalho, os serviços públicos tem papel central nessa equação. Ele destacou também o posicionamento da CNBB e OAB que em nota afirmaram: “[...] a PEC 32 tornará o Estado menos eficiente, sobretudo no papel de promover bem-estar e justiça social. [...] e que se for necessária [...] deverá ser socialmente orientada [...]” (CNBB,2021); e que “a PEC 32 trará “[...] comprometimento da independência técnica das carreiras de Estado, bem como a precarização dos vínculos com a administração pública”, não entrega eficiência e modernização, a estabilidade é fator de enfrentamento do patrimonialismo (OAB, 2021).

“Além disso, se aprovada, a reforma administrativa custará muito caro para a sociedade e para o contribuinte abrir mão dos serviços públicos, e todos serão cobrados pelos retrocessos,” explicou Geraldo Paes.

Avaliação de desempenho 

Sobre a avaliação de desempenho dos servidores, o diretor do Sindireceita afirmou que qualquer processo avaliativo deveria ser focado no resultado do serviço público para o cidadão, e não exclusivamente no servidor público. “Ao não adotar tal linha, se dissimula contextos apresentando falsas soluções que, obviamente, não traduzem melhoria para a condição de vida dos usuários dos serviços públicos,” avaliou Paes.

Geraldo Paes reiterou que a estabilidade não é do servidor público, mas sim instrumento da sociedade que permite ao servidor público agir com impessoalidade na defesa do interesse público. Ele destacou que o servidor público é contra privilégios e no encontro nacional das três esferas do serviço público (em 29 e 20/07/2021) que contou com mais de 5.000 inscritos, ratificou que os servidores públicos não são contra os instrumentos de avaliação, esses são bem-vindos “quando aliados à melhora da prestação do serviço público”.  

Por fim,  o diretor de  Formação Sindical do Sindireceita fez um apelo ao segmento empresarial para que lutem contra a PEC, "pois só assim contribuirão para a redução das desigualdades no país", finalizou.