Sindireceita participa de ato contra a PEC 32 que contou com a presença do ex-presidente Lula

Sindireceita participa de ato contra a PEC 32 que contou com a presença do ex-presidente Lula

Representando os Analistas-Tributários da Receita Federal, o diretor de Assuntos Parlamentares do Sindireceita, Sérgio de Castro e o diretor de Formação Sindical e Relações Intersindicais, Geraldo Paes participaram na tarde de ontem, dia 7, de um encontro com o ex-presidente Lula. Também participou da reunião a Analista-Tributaria da Receita Federal, Silvia Felismino, secretária geral da Pública Central do Servidor.

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A participação dos representantes dos Analistas-Tributários da Receita Federal na reunião, realizada em Brasília/DF, integra o esforço que tem sido feito visando a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 de 2020, que trata da reforma administrativa. Ao longo da semana, a Diretoria do Sindireceita participou de vários atos e das mobilizações realizadas pelo conjunto dos servidores contra a PEC e também reforçou o trabalho parlamentar no Congresso Nacional. O objetivo dessas ações é pressionar os parlamentares, principalmente os indecisos a votar contra a PEC que pode ser apreciada no plenário da Câmara nas próximas semanas. 

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Como parte da agenda de luta contra a PEC 32 foi realizado o ato com o ex-presidente Lula que reuniu parlamentares da oposição e representantes sindicais dos servidores públicos, que teve como principal objetivo ampliar a luta contra a reforma administrativa.

Em seu discurso, o ex-presidente Lula conclamou a população a participar da mobilização contra a PEC 32. “Precisamos mudar o jeito de pressionar o Congresso Nacional. Esse cidadão tem que ser pressionado na rua e na cidade que mora. Eles habitualmente não sentem o drama que a sociedade vive e precisam entender o que o povo está sentindo”, destacou.

O exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS), para Lula, aponta a importância da luta pelo serviço público. Com a pandemia de Covid-19, reforçou Lula, finalmente as pessoas descobriram a grandiosidade do serviço prestado pelo SUS e dos trabalhadores da saúde desse país, que “colocaram suas vidas em risco”.

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Lula usou também o exemplo da crise financeira de 2008. “Quando o sistema financeiro internacional quebrou por causa do Lehman Brothers e da especulação nos EUA, quem salvou esse país foram os bancos públicos brasileiros, coordenados pelo BNDES. Porque nós colocamos R$ 500 bilhões para salvar a economia brasileira”, relembrou Lula. Ele também enfatizou que: “é para isso que a gente precisa de serviço público, de concurso, de empresa pública. É pra gente garantir a soberania nacional!”, dispara.

Além de contribuir na formulação das estratégias de luta, Lula reforçou a importância das políticas públicas e do serviço público em suas diversas esferas na vida da população. “Esse país precisa de mais democracia, mais respeito, de serviço público de mais qualidade. Está intimamente ligada a qualidade de vida das pessoas à qualidade do serviço público”, defendeu o ex-presidente.

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Parlamentares e sindicalistas também denunciaram que a proposta que altera a Constituição é punitiva em relação ao servidor. “Estamos vivendo um processo de declínio do Estado brasileiro. Ele veio para desgovernar e destruir o Estado. Ele é um perigo para a sociedade”, protestou a deputada federal Alice Portugal (PCdoB/BA). “A PEC 32 é para vender o serviço público, cada segmento, e colocar na mão das empresas, para agonizar a atividade pública no Brasil. A alma da reforma é o sonho ultraliberal. É ‘voucherizar’ o SUS”, denuncia.

Ao falar em nome dos representantes sindicais presentes no ato, a presidente da Confederação dos Trabalhadores dos Serviços Públicos Municipais (Cofetam), Jucélia Vargas Vieira destacou a importância dos trabalhadores do setor público que, em cada município do país, atendem as famílias brasileiras. “São os servidores que estão nos lugares onde estão os filhos e filhas da classe trabalhadora. São os servidores que, todos os dias, tem que dizer que não tem vaga na creche, na unidade de saúde, que não tem remédios, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem e agentes comunitários. Temos que mostrar que essa PEC é mentirosa e que veio para destruir os serviços públicos. A terceirização e a privatização têm prejudicado, cada vez mais, o acesso aos serviços públicos de qualidade por todo o país e essa PEC vem para reduzir ainda mais direitos e o acesso aos serviços públicos”, criticou.