Sindireceita participa de audiência sobre reforma da Previdência no Senado

A diretora de Assuntos Parlamentares do Sindireceita, Sílvia de Alencar, acompanhou nesta manhã (18), audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal. Essa é mais uma reunião presidida pelo senador Paulo Paim (PT/RS) para tratar sobre "Previdência e Trabalho", dessa vez com foco no debate com entidades de aposentados e pensionistas.

 

O representante do Coletivo Nacional de Advogados de Servidores Públicos (CNASP), Luís Fernando Silva, falou sobre o exemplo do Chile, que em 1981 privatizou sua Previdência. “A PEC 06/2019 possuiu uma proposta de capitalização nos mesmos moldes daquela implantada por Augusto Pinochet. Hoje, 53 % dos aposentados chilenos recebem um salário que equivale a R$ 400 reais, e, pasmem, apenas 2 % conseguiu aposentar-se recebendo um salário mínimo, e isso depois de contribuir 40 anos. Por isso, o aumento de casos de suicídio de idosos no país pode estar relacionando à miséria na velhice, ” explicou Sílva.

 

A diretora de Assuntos Parlamentares do Sindireceita, Sílvia de Alencar, reafirmou que é preciso fazer alterações na PEC 06/2019 para combater graves injustiças que a reforma irá criar."Precisamos nos unir para lutar contra a reforma. Não aceitamos que retirem direitos dos nossos servidores e demais trabalhadores, ” destacou.

 

Reforma vai criar um País de miseráveis

 

Antônio Queiroz, representando o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), afirmou que a reforma da Previdência vai aumentar a desigualdade de renda e de gênero, pois as mulheres e os pobres serão os mais afetados. Além disso, destacou, é preciso revogar a Emenda Constitucional 95 que congelou por 20 anos investimentos em saúde, educação, assistência social, etc., e a reforma trabalhista, pois foram arquitetadas de tal modo que a reforma se torna inexorável.

 

Para o secretário-geral da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idoso (COBAP), Luiz Legnãni, a reforma da Previdência poderá criar um País de miseráveis. Do total de aposentados hoje no Brasil, mais de 60% recebem um salário mínimo. Na região Nordeste, por exemplo, a expectativa de vida é de 65 anos de idade, se aprovada essa reforma, muitos irão morrer com o sonho da aposentadoria, sem nunca alcançá-lo. Isso é um absurdo, precisamos lutar para que a PEC 06/2019 não seja aprovada, ” finalizou.

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Senador Paulo Paim (PT/RS) e representantes de entidades.