Em ato na Câmara dos Deputados, Sindireceita pede união da sociedade contra a reforma administrativa

O diretor de Formação Sindical e Relações Intersindicais do Sindireceita, Geraldo Paes participou nesta quarta-feira (9) de ato online promovido pela Frente Parlamentar Mista do Serviço Público em parceria com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) contra a reforma administrativa (PEC 32/2020) e em defesa da democracia e conclamou servidores e sociedade para que se unam em defesa do serviço público, pois serviços essenciais como saúde e educação poderão ser ainda mais precarizados, sobretudo num momento de incertezas como o que estamos vivendo. O ato realizado na Câmara dos Deputados iniciou às 19h30 e contou também com a participação de reitores eleitos não empossados, e parlamentares.

 

Geraldo Paes chamou atenção dos brasileiros para que se conscientizem sobre a importância de valorizar o serviço público. “Em nome do Sindireceita e Fonasefe, e juntamente com todos os servidores públicos brasileiros - federais, estaduais e municipais –que exercem com valentia, apesar dos recursos precários, sua missão de servir e proteger a todos os brasileiros, eu clamo à toda sociedade para nos unirmos contra a reforma administrativa em curso. Essa reforma encaminhada prejudica o país e prejudica o cidadão, pois possibilita a destruição da rede de proteção social que o serviço público proporciona aos brasileiros. O que seria de nós sem o SUS? Sem a rede de servidores públicos da saúde? Sem escolas públicas? O que seria de nós sem os servidores públicos que cuidam da nossa segurança, atuando nas fronteiras brasileiras, no controle e arrecadação de tributos? ” questionou o diretor de Formação Sindical e Relações Intersindicais do Sindireceita.

 

Os demais presentes foram unânimes na crítica à reforma administrativa enviada ao Congresso Nacional em setembro deste ano, e afirmaram que a defesa do serviço público deve ser abraçada por toda a sociedade que corre o risco de perder serviços essenciais em áreas importantes como saúde e educação, principalmente se consideramos a fragilidade dos brasileiros, sobretudo os mais pobres, em situações de pandemia, crise econômica, desemprego e insegurança como a que vivemos agora.

 

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Reforma administrativa ameaça serviços essenciais à população

 

A deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) falou em nome da frente em defesa do auxílio emergencial; da democracia; e autonomia das instituições de ensino superior, e classificou a reforma administrativa do governo como “deletéria”, pois, como afirmou, desmontaria o Estado e praticamente acabaria com o concurso público. “Esse projeto dá uma caneta imperial ao Presidente da República para que possa mudar a arquitetura das instituições, como exemplo, dos órgãos ambientais; de um campus de um Instituto Federal que ache excessivo, entre outros. Além disso, a proposta muda as regras de avaliação dos servidores públicos e desestimula os jovens a abraçarem a carreira pública, ou seja, essa reforma administrativa descontrói o estado nacional”, lamentou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

 

Sem titulo

 

O deputado Glauber Braga (Psol/RJ) destacou os problemas que serão somatizados com a agenda pré-eleitoral, “Sabemos que existe uma articulação que está priorizando já no fim de 2020 e prioritariamente em 2021, uma agenda ultraliberal de desmonte, acelerando as privatizações, e criminalizadora do serviço público, cujo objetivo é a aprovação da reforma administrativa, então nossa tarefa é nos articularmos com a sociedade civil, com movimentos sociais, funcionários público e parlamentares para derrotá-la. Não podemos cruzar os braços,” afirmou Glauber Braga.

 

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), a reforma administrativa é um ataque ao estado e a própria Constituição Brasileira. "Em poucos meses, nós, brasileiros enfrentamos a reforma trabalhista, a reforma da previdência, e agora, a reforma administrativa. São reformas que só interessam ao capital financeiro, em detrimento do nosso estado de bem estar social previsto na Constituição Federal,” defendeu a parlamentar. Os parlamentares  Bohn Gass (PT-RS) e Paulo Ramos (PDT - RJ) também participaram e teceram críticas à reforma administrativa.

 

O presidente do Sinasefe, David Lobão, afirmou em nome de todas as entidades de servidores públicos federais que defender o serviço público é um grande serviço à nação. “Nós queremos um estado do tamanho da necessidade do nosso povo, que proporcione assistência social para que possamos viver com tranquilidade e segurança. Esse ato de hoje é um passo na luta em defesa do servidor, pois não existe serviço público sem servidor, por isso, conclamamos à sociedade para que se uma à essa resistência, em defesa do SUS, de termos empregos, salários, escolas, vacinas contra o coranavírus para todos, para que possamos viver bem” concluiu David Lobão.

 

 O diretor de Formação Sindical e Relações Intersindicais do Sindireceita, Geraldo Paes destacou ainda que o serviço público é uma grande rede de proteção social que distribui dignidade a todos os brasileiros e finalizou pedindo união de servidores e sociedade contra a reforma administrativa. “Os servidores púbicos sabem que precisam de união, e, por isso, chamamos a sociedade para que una- se à luta contra a reforma administrativa. Assim como todos os servidores públicos, os Analistas- Tributários são contra a reforma administrativa porque somos a favor do Brasil! Amanhã, quinta- feira (10), contamos com todos para engajar-se nesta luta que é de todos nós,” finalizou Geraldo Paes.