Representantes de cada estado da Federação apresentam relato de suas bases durante a XVI AGN e defendem mobilização da categoria

Representantes de cada estado da Federação apresentam relato de suas bases durante a XVI AGN e defendem mobilização da categoria

Eles destacaram os desafios de trabalho estados durante a pandemia, homenagearam colegas vítimas da covid-19, e falaram sobre a necessidade de retomar a mobilização 

Além das votações e deliberações administrativas, um dos principais objetivos da AGN/Congresso Brasileiro dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil é reunir os delegados sindicais de todo país, suplentes e observadores para debaterem em conjunto seus anseios, críticas, e apresentarem avaliações de conjuntura dos seus respectivos estados e suas bases aos demais presentes. E, nesta edição da AGN, após quase dois anos de reuniões virtuais, o encontro presencial foi comemorado. Entre os relatos trazidos pelos representantes de todos os estados brasileiros, que puderam fazer uso da palavra por cinco minutos cada, destacam-se as dificuldades de trabalho enfrentadas durante a pandemia, o retorno ao trabalho presencial no pós - pandemia, ações para enfrentar a luta contra a reforma administrativa, a defesa das atribuições dos Analistas – Tributários, e o enfrentamento das mudanças impostas pela pandemia, como o trabalho remoto e a adequação às formas de comunicação, entre outras pautas da categoria.

Os Delegados Sindicais trouxeram um relato das dificuldades enfrentadas nos seus respectivos estados durante a pandemia, e fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos colegas vítimas da covid-19 e a todas as famílias que perderam familiares durante a pandemia. Eles destacaram ainda a importância do trabalho dos Analistas – Tributários, serviço essencial para o Estado, que se tornou ainda mais imprescindível durante a pandemia. Um dos principais relatos refere-se ao retorno ao trabalho presencial. “A maioria dos Analistas - Tributários relatam o excesso de trabalho após a migração para o modo remoto, mas muitos ainda não se sentem seguros para retornar ao trabalho presencial,” explicou o Delegado Sindical da DS/Rondônia, Max Dugué de Abreu.

O Delegado Sindical de São Luís/Maranhão, João Matias Santana Guilhon falou sobre : “quero de antemão dizer que nada fiz para envergonhar essa brilhante categoria da qual pertenço, e se estou aqui de cabeça erguida é justamente por ser inocente. Consegui mobilizar muitas pessoas na minha base, e não deixei em nenhum momento de seguir o que a nossa Diretoria Executiva Nacional tem recomendado, apesar dos desafios da pandemia”. Irei provar que as acusações contra mim não têm fundamentação legal”, desabafou. 

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 Desmobilização durante a pandemia

Uma das críticas trazidas pela maioria dos Delegados Sindicais diz respeito à desmobilização em relação às pautas da categoria durante a pandemia, pois o medo da contaminação, a perda de familiares e conhecidos, e o distanciamento social imposto em cumprimento às regras sanitárias da Covid-19 levou ao fechamento das Delegacias Sindicais, superintendências e agências da Receita Federal que migraram para o atendimento virtual.  “Havia um clima de medo, desânimo e insegurança, que contribuiu para a desmobilização. Diante daquela situação nós convocamos a base e iniciamos uma série de assembleias virtuais, e observamos que em números a participação virtual era a mesma que a presencial, e os resultados positivos, ” relatou o Delegado Sindical da DS Natal, Marcus Alexandre Costa. Ele também parabenizou a iniciativa do Sindireceita na busca de alternativas para melhorar a comunicação com a base durante a pandemia, e apontou como exemplo as deliberações virtuais com a possibilidade de votação remota em assembleias, e a realização do primeiro CNRE virtual.

Valdeth Silva Pereira, Delegada Sindical de Mato Grosso do Sul parabenizou a iniciativa do Sindireceita ao promover assembleias virtuais com participação da DEN e Diretoria Jurídica durante a pandemia para levar uma análise de conjuntura até a base. “Não acredito na desmobilização causada somente pela pandemia, e sim, na falta de conscientização como categoria. É preciso consciência de instituição e união nessa luta,” afirmou Valdeth.

Pós - pandemia 

Com o aumento da vacinação, o retorno a uma certa normalidade após a pandemia, os Delegados Sindicais foram unânimes sobre a importância dos Analistas - Tributários unirem - se para retomar a defesa das pautas da categoria, como a defesa das atribuições, as ações contra a PEC dos Precatórios (PEC 23/2021), a PEC 32 (reforma administrativa) e a luta pela valorização do serviço público nas redes sociais e nas mobilizações com as demais categorias de servidores públicos em Brasília.  “É hora de juntarmos os cacos, nos defendermos dos ataques, mantermos a união, e trabalharmos fortemente em defesa da categoria, utilizando as novas ferramentas virtuais. Se com a atuação do Sindicato já é difícil, sem o Sindicato torna-se ainda mais,” destacou o presidente do CEDS/RS, Hugo Leonardo. 

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A representante de Rio Grande do Norte, Tânia Maria Fonseca da Silva acredita que a desmobilização da categoria é anterior à pandemia, causada pela demonização dos Sindicatos que setores políticos e grandes mídias vem alimentando com o objetivo de passar as reformas contra os trabalhadores. “O desmonte dos Sindicatos é tão grande ao ponto de servidores pensarem que perder direitos é normal. Então, a prioridade hoje é mobilizar e reconstruir a nossa base,” defendeu.

 O diretor de Formação Intersindical do Sindireceita, Geraldo Paes apresentou um relato da mobilização em Santa Catarina e no Congresso Nacional em Brasília na luta contra a PEC 32. “Nós temos lado, e precisamos nos conscientizar sobre o nosso papel de trabalhador, e compreender as mudanças, porque o mundo do trabalho mudou. Vamos aprofundar o trabalho sindical, aprimorar as formas de comunicação, e definir objetivos estratégicos contra as pautas nefastas que destroem o serviço público. A luta contra a PEC 32 é árdua, e somente com mobilização vamos conseguir conter as pautas contra o trabalhador que virão posteriormente se a reforma administrativa for aprovada, ” explicou Geraldo Paes.