Crônica

CRÔNICA
As Quatro Velas - Quando tudo parece perdido!

Quatro velas estavam queimando calmamente.
O ambiente estava tão silencioso que se podia ouvir o diálogo que travavam.
A primeira, expandindo sua chama, disse:

  • Eu sou a Paz. Peregrina pelas estradas do sentimento buscando morada no coração dos homens. Viajo pelos campos devastados pelas guerras e canto a minha canção aos ouvido dos que ainda persistem nas batalhas cruéis. Penetro nos lares e espalho o perfume da minha presença. Devo admitir que, apesar da minha luz, as pessoas não têm conseguido me manter acesa.
    E, diminuindo sua chama, devagarzinho, apagou-se totalmente.
    A segunda, mostrando o colorido da sua chama, falou:
  • Eu me chamo Fé. Tenho me sentido inútil entre os homens. Eles se encontram cheios de tanta tecnologia e conquistas, que não me escutam. Não querem saber das verdades espirituais. Insistentemente, tenho batido às portas da razão humana, demonstrando que, sem minha luz, logo, logo cairão em trevas densas e sofridas. Porque eu sou a chama que se apresenta quando o desengano aparece. Sou a luz que brilha na noite da desilusão. Sou a companheira dos que padecem males sem conta. Mas, como tenho sido desprezada, não faz sentido eu continuar acesa.
    Ao terminar sua fala, um vento bateu levemente e ela se apagou.
    Baixinho e triste, a terceira se manifestou:
  • Eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, porque tudo é mais importante do que eu: a carreira, os prazeres, as coisas materiais. Os homens só conseguem enxergar a si próprios, esquecendo-se até dos que estão à sua volta.
    Dito isto, o Amor recolheu a sua chama e se apagou.
    De repente, entrou uma criança e olhou as três velas apagadas e falou espontaneamente:
  • O que é isso? Vocês devem ficar acesas e queimar até o fim! Dizendo isso começou a chorar.
    Foi daí que a quarta vela, que havia permanecido acesa, sem nada dizer, falou:
  • Não tenhas medo criança. Nem se preocupe. Enquanto eu queimar podemos acender as outras velas, eu sou a Esperança.
    A criança com os olhos brilhantes pegou a vela que restava e acendeu as velas da Paz, da Fé e do Amor.
    O começo de tudo é o Acreditar.
    Que a vela da Esperança nunca se apague dentro de Nós.

    Autor desconhecido

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