Leni Veiga ajuda a Receita Federal a crescer

LENI VEIGA AJUDA
A RECEITA FEDERAL A CRESCER

Do formulário de papel a certificação digital, Técnica participou do desenvolvimento da SRF
Quando ingressou na Receita Federal, a Técnica Leni Veiga tinha a certeza de que estava iniciando sua carreira em uma da mais respeitadas instituições do País. Mas, a única semelhança da Receita Federal de hoje, com a que ela encontrou em 1990 era a importância do órgão para o País. Naquela época, a maioria dos procedimentos eram realizados de forma manual.
Bacharel em Ciências Contábeis, Leni Veiga se formou em São José do Rio Preto, onde também tomou posse no órgão. Ela ingressou na Receita Federal em maio de 1991 e foi designada para a Divisão de Informações Econômico-Fiscais (DIEF), hoje Divisão de Tecnologia e Segurança da Informação (DITEC). “Meu primeiro trabalho foi executar as malhas da pessoa jurídica”, lembra.
Durante os últimos anos, a Técnica se envolveu ainda mais na área de tecnologia da informação. Em 2002, ela concluiu a especialização em Tecnologia da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) de Recife, e em 2003 finalizou o curso de extensão em Data Mining, pela PUC do Rio de Janeiro.
Leni Veiga foi uma das funcionárias agraciadas com a Medalha Destaque Funcional da Receita Federal Aurélio Costa Neto, instituída no ano passado pelo Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (SINDIRECEITA). Leni recebeu a homenagem por sua atuação na área de tecnologia. Atualmente, ela é a responsável pela Coordenação Geral de Tecnologia de Segurança da Informação (COTEC) dos sistemas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e outros sistemas essenciais da RF como a gerência Nacional do Data Warehouse Corporativo da RF. É também responsável pelo DW Siga utilizado pela Fiscalização e DW Arrecadação.
Há 13 anos na Receita Federal, Leni Veiga prestou concurso público em busca de uma carreira mais segura e promissora. Antes de integrar na carreira de Técnica Leni trabalhava como desenhista. “Eu precisava da segurança, uma vez que eu trabalhava como autônoma, além disso sempre tive como referência à grandiosidade dessa instituição”, diz.
Leni Veiga acompanhou de perto as mudanças que ocorreram na Secretaria da Receita da Federal (SRF), especialmente na área de tecnologia. Quando assumiu o cargo em 1991 na Delegacia da RF de São José do Rio Preto havia somente dois terminais de computadores que eram utilizados para transcrição das informações para os sistemas residentes nos Mainframes – computadores centrais - do Serpro. Naquele mesmo ano, a DRF começou a receber micros 286 que foram instalados, um em cada Divisão. Os computadores não tinham comunicação com a rede da SRF, e eram utilizados apenas para redação de textos e elaboração de planilhas.
As declarações chegavam as unidades apenas em formulários. Nessa época a SRF estava iniciando o desenvolvimento de programas para apresentação de declarações. “Como não tínhamos o Receitanet, todas as declarações transitavam dentro da DRF e os formulários precisavam ser embalados e enviados para transcrição no Serpro, o que tornava o acesso da SRF à informação muito demorado”, recorda.
Depois de enviadas para o Serpro as declarações precisavam ser transcritas, o que gerava erros de preenchimento e elevava o volume de declarações retidas em malha. Em pouco tempo a SRF começou a investir em tecnologia. Novos computadores chegaram a DRF. Redes e os programas para entrega de declarações foram desenvolvidos, cada vez com mais eficiência.
Todo esse processo de desenvolvimento, em especial o do programa do IRPF, que a partir de 1996 passou a ser desenvolvido por funcionários da SRF, contou com grande participação dos Técnicos da Receita Federal, lembra Leni Veiga.

Evolução e comodidade
A entrega das declarações em meio magnético proporcionou segurança aos contribuintes e eliminou as longas filas que se formavam na SRF, principalmente nos últimos dias de entrega das declarações. Para a SRF os novos programas reduziram os erros no preenchimento das declarações e trouxeram mais consistências as informações. Leni Veiga ressalta que o Receitanet foi um programa pioneiro no mundo e por sua qualidade ganhou diversos prêmios internacionais por inovação tecnológica. “Isso facilitou muito o trabalho nas DRF, que deixaram de atender a esses contribuintes e não precisaram mais despender dias de trabalho para embalar as declarações para enviar para processamento”, diz. As informações passaram a ficar disponíveis imediatamente após a transmissão da declaração pelo contribuinte.
Quando começou a trabalhar na Receita Federal, Leni Veiga lembra que as informações estratégicas, utilizadas para tomada de decisão, muitas vezes demoravam semanas até chegar às mãos do solicitante. Isso porque eram necessárias apurações especiais na base de dados da SRF, que precisavam ser demandadas ao Serpro.
Hoje, a realidade é outra. Com o desenvolvimento do Data Warehouse Corporativo da SRF todas as informações estratégicas estão sendo armazenadas, o que permite que em uma mesma consulta, que anteriormente demora dias para ficar pronta, seja apresentadas na tela do computador do usuário em minutos.
Depois de acompanhar a transição da era do formulário para o mundo digital, Leni Veiga vive agora um novo momento dentro da SRF. A RF investe na certificação digital. Um procedimento que vai ampliar o volume de serviços e garantir mais segurança para os contribuintes. O Receita 222, por exemplo, permitirá ao contribuinte com certificação digital ter acesso aos dados que a SRF possui a seu respeito e até mesmo solicitar o parcelamento de pagamento pela internet.
Na opinião de Leni Veiga, a SRF está entre as principais instituições do País e pode ser comparada com outras instituições semelhantes de países desenvolvidos, principalmente na área de tecnologia da informação. “A SRF tem sido pioneira no mundo em várias aplicações”, diz.
Apesar de toda evolução, Leni diz que a SRF precisa urgentemente de aumentar seu quadro funcional. “Vários programas deixam de ser totalmente implantados pela falta de funcionários. Sem uma política salarial mais justa, continuaremos a perder Técnicos para outros cargos ou outras instituições”, diz.
De todas funções que ocupou na SRF, ela conta que uma das que mais motivou foi poder atuar junto à equipe de especificação do sistema de Malha Fazenda da Pessoa Jurídica. Ela conta que a equipe desenvolveu uma plataforma totalmente inovadora que facilitou a vida dos contribuintes. “A mesma satisfação tive em participar do desenvolvimento do novo Sistema de Controle do Prejuízo, da Base de Cálculo Negativa da CSLL e do Lucro Inflacionário - Sapli, que mudou para platoforma Windows na mesma época”, conta.
Ter trabalhado no desenvolvimento do programa gerador de declarações - PGD da DIPJ 1999 e da DCTF 1.0, gerenciados pela atual Superintendente da 6ª RF, Dra. Leda Domingos Alves, também traz boas recordações para a Técnica. Ela conta que os programas também foram considerados inovadores na época. “Eu participei da equipe de especificação e testes dos programas, que foram os primeiros a utilizar o conceito de TreeView na apresentação das telas, utilização de normas e padrões de documentação e de redação do arquivo de Ajuda, entre outras inovações”, lembra.
Leni Veiga também trabalhou como Analista de Negócios do Sistema IRPJ na Cotec, onde pôde implantar diversos controles, entre eles os testes efetuados pelo Receitanet em tempo de recepção das declarações.
Atualmente, Leni dedica seu tempo a Gerência Nacional do Data Warehouse Corporativo da SRF. “Tomadores de decisões precisam de informação confiável sobre operações, tendências. Os dados existentes nos sistemas tradicionais freqüentemente são fragmentados, o que dificulta a tomada de decisões. O DW resolve esse problema, integrando dados operacionais chaves da nossa instituição e mais os coletados em outras fontes externas, de forma consistente, segura e de fácil acesso. O DW da SRF está entre os mais complexos do mundo”, anima-se.