Sindireceita participa de workshop sobre Enfrentamento ao Assédio e Discriminação na Administração Pública Federal promovido pela ENAP
O diretor Adjunto de Finanças e Administração, Ronald Machado Campbell, representou o Sindireceita em workshop sobre enfrentamento ao assédio e discriminação na Administração Pública Federal promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). O evento aconteceu de 14h às 17h desta quinta-feira (17), na ENAP, em Brasília.
O workshop contou com a participação de especialistas na temática, entre elas a Procuradora do Trabalho, Dra. Melícia Alves; a advogada e fundadora da Gema Consultoria em Equidade, Dra. Thayná Yredy, e a Mestre em Saúde Pública e Medicina do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP), Dra. Daniela Sanches Tavares.
O curso voltado para servidores da Administração Pública Federal integra as ações do Grupo de Trabalho (GT) Interministerial de Combate ao Assédio e à Discriminação, lançado no final de julho (27) no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), responsável por presidir o GTI nos próximos seis meses. O Sindireceita esteve presente na cerimônia de lançamento do GT Interministerial (reveja aqui).
De acordo com as palestrantes, o objetivo do workshop promovido pela Enap é levar informação para trabalhadoras e trabalhadores da administração pública federal sobre formas de violência no mundo do trabalho, como os tipos de assédio, moral e sexual. “Quanto mais conhecimento e informações sobre esse tema, mais mulheres (e homens) podem denunciar e combater essas violações”, ressaltaram.
A fundadora da Gema Consultoria em Equidade, a advogada Thayná Yredy, destacou que mais de 42% das mulheres brasileiras relataram já terem sofrido algum tipo de assédio. A cor, escolaridade e renda econômica também impactam nos números: 52 % das mulheres vítimas de alguma violência sexual são negras, e 49% delas recebem entre um e seis salários mínimos.
Thayná Yredy observou ainda que o assédio sexual no ambiente de trabalho tem um custo - para as vítimas e para as empresas – pois ele pode gerar custos em termos indenizatórios para a empresa, queda de produtividade às vítimas e outras graves consequências, como adoecimento e até suicídios.
Para Thayná Yredy, ainda precisamos evoluir muito como sociedade para falarmos em igualdade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho e no dia a dia, por isso ela prefere usar o termo “equidade”. Para isso, precisamos de capacitação para homens e mulheres, conscientização da sociedade e união de todos nós para lutarmos contra o machismo e a toda forma de violência e descriminação. “O estado deve ser instrumento de ação em prol dos direitos das mulheres, das pessoas negras, das pessoas com deficiência, das pessoas LGBTQIA+ e de todas as pessoas que sofrem diariamente discriminações ou alguma violência,” destacou a advodaga.
Papel do GTI Interministerial
O GTI, instituído pelo Decreto nº 11.534, reúne representantes de diversas pastas da Esplanada, como os Ministérios das Mulheres, Educação, Trabalho e Emprego, dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU), entre outros movimentos, como entidades sindicais.
Ao todo, serão 180 dias de trabalho no desenvolvimento do Plano de Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação na Administração Pública Federal, com diretrizes e orientações para a garantia da saúde física e mental, a prevenção dessas violências e pela promoção das relações saudáveis e respeitosas.