Cinco grupos de trabalho foram criados para o debate da análise de conjuntura nacional e o papel do estado e dos servidores públicos

Os representantes do Sindireceita fizeram parte, nesse sábado, dia 15 de novembro, dos cinco grupos de trabalho no Seminário Nacional dos Servidores Públicos, em Brasília/DF. As entidades e centrais sindicais buscaram o alinhamento de propostas coletivas para combater o congelamento das folhas de pagamento no funcionalismo público e resgatar as perdas salariais. O debate da análise de conjuntura nacional também destacou o papel do estado e dos servidores públicos.

Para subsidiar o debate dos grupos de trabalho, representantes do Dieese e Ilaese fizeram uma apresentação técnica para a composição da Campanha Salarial de 2015. Os participantes do Seminário Nacional pretendem organizar um calendário de ações conjuntas que definirão o percentual único de reajuste salarial, tendo em vista a nova composição do Congresso Nacional e a renovação dos gestores públicos.

O delegado Sindical do Sindireceita em Fortaleza/CE, João Celso, destacou que o debate foi muito rico para obter informações que geralmente são internas às categorias. “Neste Seminário foi possível construir uma análise do que já tínhamos como pauta reivindicatória para o próximo ano e tivemos ainda a oportunidade de acrescer outras demandas na pauta para 2015. Independente das particularidades de cada categoria de servidores públicos, cumpriremos um cronograma de manifestação. Além disso, durante todo o ano, faremos o acompanhamento dos orçamentos para os anos seguintes, pois, além do reajuste salarial, buscamos a atualização dos nossos benefícios, como o auxílio alimentação, por exemplo”, completa.

"attachment_68943" align="aligncenter" width="600"] O delegado sindical do Sindireceita em Contagem/MG, Paulo Sérgio de Freitas, que participoou das discussões dos grupos, destacou a necessiade de mobilização para conquistar as exigências propostas no Seminário

O delegado sindical do Sindireceita em Contagem/MG, Paulo Sérgio de Freitas, afirma que essa ótica do governo de reajuste único forçou, nos últimos anos, os servidores públicos a também negociar em conjunto. Segundo ele, os servidores públicos obtiveram um reajuste que foi linear, mas com negociações separadas, diminuindo o poder de barganha do servidor público e fazendo com que o governo forçasse mais facilmente o índice que eles desejavam. “A partir do momento que a política do governo é igual para todos os servidores, nós temos uma pauta única e, logicamente, a pressão em cima do governo será maior. Nós temos uma briga histórica. Lutamos na reforma da previdência pela paridade, pela integralidade. Hoje, temos colegas novos que já entraram com esses problemas vencidos. O que mais foi recorrente no debate do grupo de trabalho foi a questão da terceirização, que é um mal que tem surgido em praticamente todos os órgãos e categorias. Nós temos visto isso na Receita e temos tido problemas. Vamos ter que encarar esse problema, porque isso já é uma realidade para nós. Ninguém tem dúvida que o próximo ano será difícil e que as nossas possibilidades de ganhos são reduzidas. Mesmo se tratando de uma reeleição do governo atual será uma mudança de governo e precisamos estar mobilizados para conquistar as exigências propostas neste Seminário”, afirma.

De acordo com o secretário-geral do CEDS/SC, Kélcio Goedert, a pauta de um dos grupos foi organizada com vários itens em comum, como o reajuste único de 28%, em média, para todos os servidores públicos. “Partimos de uma conjuntura nacional e internacional, falamos sobre a polarização de poder e passamos para uma parte econômica e ai sim foram discutidas as propostas em comum, como a precarização do serviço público, que já está em evidência em diversos órgãos, e também na Receita Federal. A parte econômica está engessada, seja ela pela recessão ou pelo pagamento da dívida pública. É preciso alertar o governo e a sociedade quanto às desonerações. Temos que, cada vez mais, trazer ao nosso encontro o nosso público externo, que é o contribuinte”, explica.

O delegado sindical do Sindireceita em Alagoas, André Luciano Abdala Costa, destaca que cinco tópicos foram definidos no grupo de debate, entre eles, a questão da dívida pública, que requer uma auditoria com urgência, porque existem dados que 48% do orçamento da união está destinado para o pagamento da dívida pública. "Além disso, no tema campanha salarial, pretendemos abrir um canal de negociação ainda esse ano com a equipe de transição – parlamentares e gestores públicos. É preciso fazer um contato com essa equipe para pleitear um lugar a mesa. Para que não sejamos preteridos a outros segmentos nas mesas de discussões. Destacamos também a urgência da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 555, que extingue a cobrança da previdência para aposentados e pensionistas”, destacou. 

"attachment_68941" align="aligncenter" width="600"] O delegado sindical de São Paulo, Walter Koga, ressalta que a linha de pensamento da maioria é que se tenha um índice linear que seja aceito por todas as entidades representativas

O delegado sindical de São Paulo, Walter Koga, lamentou a falta de organização nas deliberações do grupo que fez parte e ressalta que a linha de pensamento da maioria é que se tenha um índice linear que seja aceito por todas as entidades representativas, que reponha as perdas inflacionárias é que corrijam as distorções. “Sabemos que cada categoria tem distorções diferentes, por isso, o cálculo será um grande desafio, levando em conta das peculiaridades de cada entidade”, completa.

As propostas discutidas nos grupos serão apresentadas no último dia do Seminário Nacional, dia 16 de novembro, para que a plenária do evento discuta como serão encaminhadas.

Veja abaixo a galeria de fotos deste segundo dia de Seminário Nacional dos Servidores Públicos. 

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