Sindireceita participa de palestra sobre auditoria da dívida pública

Sindireceita participa de palestra sobre auditoria da dívida pública

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O Sindireceita, representado pelo diretor de Comunicação, Breno Rocha, participou nessa quarta-feira, 16, da palestra: “O sistema da dívida e seus impactos sociais”, proferida pela professora portuguesa, Raquel Varela, da Universidade Nova de Lisboa e do Instituto de História Social de Amsterdã.


O evento foi organizado pela coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli. Durante o evento Fatorelli convidou o Sindireceita, bem como às demais entidades presentes no encontro, para participar ativamente do movimento que pede a auditoria da dívida brasileira. As instituições vão compor um Grupo de Trabalho e Estudos para intensificar as ações em busca da realização da auditoria da dívida brasileira. “Trabalhamos no sentido de investigar o endividamento público brasileiro – interno e externo – para promover uma auditoria que é cidadã, exatamente pelo fato de ser realizada por cidadãos e para os cidadãos, por isso convido cada um de vocês a participarem ativamente deste processo. Precisamos nos apoderar do conhecimento sobre a dívida, precisamos compreender o processo de endividamento do País, saber e conferir a origem, a natureza dessa dívida pública que tem absorvido a parte mais relevante dos recursos nacionais”, afirmou.


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Maria Lúcia Fatorelli é especialista em dívida pública e pelos cálculos dela, o endividamento público consome a maior parte do Orçamento da União e o estoque da dívida brasileira já supera R$ 3 Trilhões de reais. “É justo pagar, mas temos que saber o que pagamos, para quem pagamos e de que forma os recursos foram utilizados. É mais que justo, é necessário auditar essas contas. Enquanto metade do nosso orçamento vai para pagar dívidas, faltam recursos para o atendimento aos direitos sociais básicos de milhões de brasileiros que vivem na pobreza e miséria”, contesta. Em atendimento à demanda dos jornalistas presentes no evento, Fatorelli abordou o endividamento e renegociação da dívida da Argentina e de outros países.


A professora Raquel Varela lamentou os rumos tomados pela nação portuguesa em relação ao endividamento público. A população sequer tem permissão para acessar a dívida. “O absurdo é tamanho que pagamos uma conta, sem saber para quem, quanto pagamos e como foi gasto. Para se ter uma ideia o endividamento, nem é traduzido, está tudo em inglês. Para conseguirmos compreender um pouco, invertemos a forma investigativa. Calculamos os impostos pagos, cruzamos os dados entre o que é recolhido e o que é investido e percebemos que o sistema é superavitário e que uma fortuna vai para pagamento das dívidas. Essa obscuridade contratual incomoda ao extremo e depois dessa volta para descobrir os valores de pagamento das dívidas é que entendemos melhor o rombo que escondem”, alertou.


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Raquel questiona como os governantes portugueses não se envergonham de pagar uma conta que desconhecem. “E também não compreendo como não se envergonham de esconder os dados de quem realmente paga a conta, que é a população. Globalização quase absoluta, difusão vertiginosa de informações e contratos às escuras, ocultação de valores pagos, devidos e ainda a pagar, é de fato lamentável e aproveitem a oportunidade que vocês tem aqui no Brasil de participar deste processo de auditoria da dívida, lutem com Maria Lúcia e com os professores da Universidade de Brasília para auditar a dívida, afinal a finalidade é para o bem estar da sociedade”, recomendou.


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A dívida pública abrange empréstimos contraídos pelo Estado junto a instituições financeiras públicas ou privadas, no mercado financeiro interno ou externo, bem como junto a empresas, organismos nacionais e internacionais, pessoas ou outros governos. A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade de Brasília, professora Ivanete Boschetti também participou do evento e foi convidada a compor a mesa. A professora portuguesa, Raquel Varela, da Universidade Nova de Lisboa e do Instituto de História Social de Amsterdã é doutora em História Política e Institucional pelo Instituto Universitário de Lisboa.


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