Editorial

No último dia 09 de março, em reportagem do jornal "O Globo", o Ministro da Justiça anunciou que o reajuste para Agentes e Delegados da Polícia Federal poderá chegar a 76%. Não há que se discutir se os servidores da Polícia Federal merecem ou não tal reajuste. Merecem. No entanto, é inevitável a comparação entre o tratamento dispensado à Polícia Federal e à Receita Federal e suas causas.

Em primeiro lugar, deve-se registrar o profundo mal-estar e indignação que se abateu sobre a Receita Federal. Com o reajuste de 59% para os agentes, o salário inicial iria para R$ 7.632,00, superior à remuneração inicial de qualquer cargo da Carreira de Auditoria. Se o reajuste for de 79%, conforme rumores em Brasília, o inicial iria para R$ 8.592,00. Seria insustentável o ambiente de trabalho na Secretaria da Receita Federal sem um reajuste que colocasse em sintonia a remuneração entre os servidores dos dois órgãos.

A diferença de remuneração entre as categorias que integram a Carreira de Auditoria e da Polícial Federal é fruto da desorganização que impera nos planos de carreira e tabelas salariais da administração pública. Não há nenhum elemento que justifique uma remuneração superior dos servidores da Polícia Federal. Neste sentido, se o pedido do Secretário da Receita Federal for o de igualar os salários da Receita Federal com os da Polícia Federal, terá total apoio do Sindireceita.

Mas há que se registrar algumas das causas que têm prejudicado os servidores da Receita Federal nas negociações salariais:

a) Falta de unidade entre servidores e sindicatos

b) Falta de conversa entre os administradores e administrados, tornando difícil o apoio às causas comuns

c) A não definição de política de recursos humanos na SRF

d) O posicionamento de Ministros - O Ministro da Justiça tem defendido publicamente reajuste para os servidores da Polícia Federal. O Ministro da Fazenda tem se omitido na questão.

Apontadas então as causas, resta definir o que pode ser feito para que a Carreira Auditoria da Receita Federal não tenha o maior achatamento salarial de sua história. E o caminho é claro: a união entre a administração e servidores na busca de uma remuneração digna para todos. A alternativa é o distanciamento ainda maior entre administração e servidores.

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