Editorial

Circula um e-mail entre os AFRF que intenta chamar os seus pares a buscar o caminho da unidade das categorias da carreira de auditoria, atingidas pelo projeto de unificação do fisco e pela defesa do projeto, já que este traz fortalecimento para o órgão. Mostra que a defesa intransigente histórica por parte de sua entidade, das atribuições do cargo, só têm resultado na transferência das atribuições para os Estados e Municípios. Defende uma relação remuneratória de 75% entre Técnicos e Fiscais como forma de reconhecimento da sua real importância dentro do órgão.  Mesmo temendo em fazer algum elogio a essa iniciativa, que acreditamos é compartilhada pela grande maioria dos filiados desta entidade, é impossível agir estoicamente a esse "insigth" óbvio ululante.

As intenções do SINDIRECEITA sempre foram, em todos os momentos, deturpadas por aqueles que buscaram na cizânia, construir o seu poder. Não pensemos que Maquiavel só se aplica à política partidária. Em momento nenhum se buscou um debate franco sobre as nossas teses. Um debate patrocinado pela razão e pelo argumento qualificado. Sempre se atuou no campo ideológico e não no confronto sereno dos argumentos.

Quem vê a universidade pública hoje e vivenciou o seu período de efervescência política consegue muito bem perceber que foram os equívocos políticos dos seus sindicatos que a levou, ou contribuiu muito, para que chegasse ao estado que hoje se encontra. Muita ideologia e nenhuma prática que conseguisse fazer com que a universidade pública e gratuita fosse alcançada. Acreditamos que esse quadro há de mudar, mas com o aprendizado colhido dos erros estratégicos cometidos. Por outro lado, a Policia Federal, que possui problemas de conflitos internos entre os cargos, mas que tem sustentado uma relação remuneratória condizente, mantém conversações sobre as divergências, com projetos de reestruturação em discussão, e avançam na valorização do órgão e da sua estrutura de pessoal.

O SINDIRECEITA, embora intransigente na defesa dos Técnicos da Receita Federal, nunca foi intransigente nas negociações. Muito pelo contrário, para criar cizânia entre os Técnicos e fortalecer o preconceito, fomos acusados de

pelegos. Isso por ceder, trocar, com todos os verbos, nas nossas negociações. A única coisa que vale para o pensamento dos que dão o rumo político dessa entidade, hoje, é impor o seu entendimento e não vê-lo discutido pelos servidores da Receita Federal.

Infelizmente, temos certeza que o mar denso do corporativismo vai sugar essa hipótese para o seu intestino e excretá-lo com o pior aspecto possível, mas não podemos deixar de nos manifestar inteiramente contemplados pelas idéias de construção de uma unidade responsável, entre os cargos da carreira, e os demais cargos, com vistas a fortalecer a Receita Federal. Quem seria?