Editorial

Gostaríamos de fazer desse espaço uma voz do SINDIRECEITA para a categoria e para a sociedade. Nele expomos as nossas opiniões e nos preparamos para ouvir o seu eco. A Receita Federal reagiu as nossas opiniões e respondeu, certa feita, com uma nota que nem mereceu, de nossa parte, qualquer manifestação, haja vista o odor corporativista que exalava. Quando uma coisa não tem conteúdo crível, não se deve considerá-la. Embora, estranhamente, tenha havido pessoas que consideraram uma obra prima da literatura técnica da administração.

Se a administração acha que é bobagem que dizemos, por que se ?esmerou? tanto para contestar nossas afirmações, chegando a ponto de destilar sarcasmo à categoria dos Técnicos da Receita Federal dizendo: ?É fato, ainda, que se parte dos recursos destinados à contratação de TRF fossem destinados a novos AFRF, o aumento da força de trabalho da Fiscalização seria ainda maior.?? Que pérola!!??.

Obvio que, com a mesma sensação com que, às vezes, olhamos uma estupidez e ficamos perplexos a pensar se aquilo está acontecendo, nós nos questionamos se a emissão de mais de 23 mil notificações indevidas a contribuintes é uma falha do contribuintes ou da Receita Federal? Se a liberação dos motivos de malha aos contribuintes sem treinar os servidores do atendimento nem lhes disponibilizar sistemas é por causa da incompreensão da ordem das coisas por parte do cidadão comum ou da Receita Federal? Se cobrar declaração do contribuinte e, por falha do sistema, impedi-los de enviá-las é um paradoxo do declarante ou da Receita Federal? Se alteração de prazo de entrega de declaração para pessoa jurídica INATIVA é um devaneio do empresário ou da Receita Federal?

Voltando a razão, percebemos que estamos corretos em defender a estruturação em uma verdadeira carreira na Receita Federal, em lutarmos pelo direito do contribuinte a garantias diante da força do imposto. Afinal, estamos no mesmo barco chamado Receita Federal. E se ele afundar, vamos juntos.

O que devemos fazer, então, é cuidar dela com paciência e dedicação, como filhos de pai esclerosado, que foge de casa e vai reclamar ao primeiro que encontra na sua frente que passa fome, que não lhe dão banho, que é mal tratado. A Receita Federal é nossa casa, a casas de todos que se preocupam com ela. O local em que passaremos a maior parte das nossas vidas. Portanto, temos a obrigação de cuidarmos dela e querer vê-la forte. Isso vale para os administrativos, para fiscais e para nós técnicos. Quem quer bem a Receita Federal, tem que fazer com que mude. É por isso que os Técnicos da Receita Federal têm que estar unidos em torno do nosso sindicato, pois do mesmo modo que a sociedade precisa da Receita Federal como instrumento de justiça social, o sindicato é o instrumento de justiça para a categoria. É com ele que vamos mostrar que não somos nós os tolos.