A VOZ DE UM TRF: *Jorge Luiz Verona -TRF

O ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, admitiu nesta quinta-feira (5) que a receita da Seguridade Social é maior do que sua despesa. Segundo ele, a reforma previdenciária tem o objetivo de fazer justiça orçamentária e não ajuste fiscal. Apesar da negativa, a declaração do ministro reconhecendo que não há déficit na Previdência prova que o discurso mudou. ?O que existe hoje é um sistema previdenciário inadequado, com regras indevidas e que provoca um desequilíbrio muito grande no Orçamento, que acaba ajudando a inflar as despesas da União?, disse Berzoini em entrevista à rádio CBN.

A entrevista de Berzoini foi ao ar após a exposição do presidente do SINDTTEN, Reynaldo Velasco Puggi, no programa Jornal da CBN, apresentado pelo jornalista Heródoto Barbeiro.

Inicialmente, ao ser questionado sobre o ?déficit? da previdência, Puggi afirmou que esse argumento vinha sendo apresentado pelo governo, tratando-se de verdadeiro ?mito? utilizado por sucessivos governos na tentativa de destinar recursos que hoje são da seguridade social para o pagamento de outras despesas da União, principalmente os juros da dívida. O presidente do Sindtten afirmou que houve clara mudança de discurso por parte do governo, que agora adota um discurso de ?justiça social?, em virtude da contestação, feito pelas entidades, com base em documentos da ANFIP realizados por pesquisadores da Unicamp, que analisaram os números oficiais do próprio governo. Puggi também falou da redução progressiva das despesas com o funcionalismo desde 1995, frente ao PIB, o que desqualifica o argumento do desequilíbrio das contas públicas, bem como das justificativas para um regime próprio de aposentadorias para o servidor público.

O reconhecimento do ministro de que o Orçamento da Seguridade Social, mesmo agregando a previdência social dos servidores públicos, apresentou saldo positivo repercutiu na mídia. Confira a seguir as matérias.

Berzoini diz que objetivo é um orçamento mais justo

Berzoini admite que contabilmente receita da Seguridade Social é maior que a despesa

Mantendo a estratégia de informar a população sobre a reforma da previdência, contestando os argumentos do governo, também nas ondas do Rádio, o Presidente do SINDTTEN também concederá hoje entrevista à Rádio Eldorado AM 700 Khz de São Paulo, às 19:15h.

Durante todo o dia algumas Delegacias Sindicais já estiveram realizando a Assembléia Geral Nacional Unificada- AGNU.

Lembramos que as DS que não realizaram a assembléia hoje, devem realiza-la impreterivelmente amanhã, 6 de junho.

Pelos primeiros resultados, já é possível dizer que a categoria vai parar dias 11 e 12 de junho e muitas localidades vão enviar caravanas a Brasília.

Solicitamos aos Delegados Sindicais o envio das planilhas de votação, que deve ser enviada via Fax, para tabulação e arquivamento, contendo a assinatura usual e o nome legível do responsável, impreterivelmente, até às 17 horas de amanhã, dia 6.

O SINDTTEN está conclamando as Delegacias Sindicais para organizar caravanas à Brasília para o dia 11, próxima quarta-feira, para mostrar a força da categoria.

Interessados em participar das caravanas, inclusive de outras categorias, podem entrar em contato com o representante local ou entrar em contato com a Diretoria Executiva Nacional.

A Delegacia Sindical de Brasília está contando com a participação efetiva dos na Esplanada dos Ministérios.

A concentração do Movimento será na Catedral de Brasília às 9 horas! Não deixe de participar você pode fazer a diferença!

Nessa quinta-feira, 5, o governo conseguiu o que tanto queria. A Comissão de Constituição e Justiça e Redação da Câmara (CCJ) considerou o parecer do relator da Comissão o deputado Mauricio Rands à proposta de reforma da Previdência constitucional, por 44 votos a favor e 13 contra. A comissão ainda rejeitou o destaque do PFL que solicitava a retirada da taxação dos inativos.

Na votação, todos os deputados do PT PTB, PL, PSB, PPS, PC do B, e PV votaram a favor da matéria. O PFL, cinco deputados votaram a favor e cinco contra. Entre os peemedebistas, seis votaram a favor e dois contra do PSDB, cinco votaram a favor e três contra do PP, um deputado foi a favor e um contra e do PDT, um foi contra e um a favor. O Prona também votou contra a constitucionalidade do projeto.

Confira aqui o nome dos deputados que votaram a favor da reforma da Previdência!

Indignação!

Considero deplorável à situação que nos encontramos. O funcionário público, de um modo geral, está sofrendo um terrorismo psicológico sem precedentes. É lastimável a conduta de um governo que se dizia parceiro e defensor incondicional do funcionalismo público. Cadê a coerência? Onde foi parar o ideal daqueles discursos do PT? É uma vergonha, tem que ter muita cara-de-pau para agora ir a televisão, jornais etc. e querer fazer o povo brasileiro engolir e digerir aquilo que sempre foi combatido por eles mesmos. Recuso-me, hoje em dia, assistir ao noticiário, abrir uma revista ou de ler um jornal para não ?anojar-me" cada vez mais dessa cambada de mentirosos. Não consigo acreditar que um dia iria ver e ouvir um Jorge Bornhausen, um José Aníbal etc. defendendo o funcionário público, contestando aumentos abusivos e o crescente desemprego. Não dá para entender como pode um governo que sempre pregou a moralidade, a distribuição de renda mais justa, a transparência, querer massacrar, injustamente, uma categoria que está há mais de 9 anos sem reposição salarial, entretanto, fecha os olhos para megasonegadores -exemplo, a lista dos maiores devedores do INSS - entre eles, Autarquias e Órgãos Públicos de todas as esferas. No tocante as CPIs, conforme a imprensa, é o governo que, até agora, mais mandou engavetar, abafar, -exemplo, CPI do Banestado, do Antonio Carlos Magalhães (caso da escuta telefônica) entre outras.

Certo dia, comentando com colegas sobre nossa difícil missão diante das medidas espúrias eminentes, um colega citou uma parábola, a qual explica um paradoxo e, que, jamais irei esquecê-la: "Nós (funcionários públicos) jamais poderíamos ter votado neste governo, porque este governo, antes, era oposição que, realmente, é o que ele sabe fazer, agora, ninguém sabe fazer oposição, portanto, estamos com um governo que antes era nosso aliado e agora não temos outra opção a não ser ficar à mercê dessa miscelânea que ninguém mais entende".

Eu, particularmente, quero depositar toda a confiança e cumprimentar nossos colegas que, incansavelmente, estão lutando e desempenhando um papel fundamental de suas atribuições sindicais, esforçando-se para que mudem os rumos desse caminho árduo e sinuoso em que estamos. Eles, também, que estão tendo essa difícil missão de enfrentar, além da intransigência dos governantes, as aracutaias de lobistas profissionais que estão de plantão.

Por outro lado sinto-me preocupado com o andar da carruagem, pois, estou sentindo que a nossa "desunião" (funcionários públicos) é que faz a força deles (governantes). Eu acho, que nós, não poderíamos nos intimidar com nenhum tipo de ameaça e fazer com que prevaleça a força que a categoria tem no âmbito geral e daí tratar do assunto como deve ser tratado, ou seja, partirmos para uma greve nacional por prazo indeterminado. Promover uma greve que faça com que o governo sinta o impacto drástico na balança comercial, porque mecanismo para isso agente tem. Por quê uma grevezinha de qualquer outra categoria repercute tanto, enquanto que a nossa não? Companheiros, não vamos, desta vez, aceitar essa afronta que o governo está cometendo, afinal, era para ser um governo que iria conduzir uma política digna, pois, foi para isso que, tenho certeza, a maioria dos colegas ajudou a elegê-lo e não para dar continuísmo ao caos e a desordem generalizada, levando o Serviço Público à beira da falência e do sucateamento.