Sindireceita repudia a execução da ativista de direitos humanos Marielle Franco

Sindireceita repudia a execução da ativista de direitos humanos Marielle Franco
O Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) vem a público manifestar repúdio pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), morta a tiros na noite desta quarta-feira, dia 14 de março, no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro sob intervenção militar na segurança pública do estado.

A parlamentar voltava de um evento na Lapa quando o veículo em que estava foi emparelhado por outro carro e alvejado por nove tiros. Dentro do veículo também estava o motorista Anderson Gomes, que morreu após ser atingido pelos disparos, e de uma assessora, que sobreviveu ao ataque. As marcas de tiros, concentrados na janela do banco traseiro onde a parlamentar viajava, evidenciam que havia um alvo determinado para o ataque, indicando claramente que Marielle Franco foi executada.

O assassinato é um ataque frontal à democracia e a todos aqueles que lutam pela construção de uma sociedade mais justa, pois a vereadora, além de ser uma representante ativista dos direitos humanos, em especial da população mais pobre, era protagonista de uma incansável luta contra a violência.

Há duas semanas a parlamentar havia sido nomeada relatora da Comissão da Câmara Municipal do Rio, criada para acompanhar a intervenção militar na segurança pública do estado, e vinha se posicionando publicamente contrária à medida, além de ter denunciado abuso de autoridade e violência por parte de integrantes do 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro contra moradores da região do Irajá, na comunidade de Acari. "O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. (…). Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", escreveu em suas redes sociais.

Antes de seu primeiro mandato como vereadora, Marielle Franco, de 38 anos, vivia e atuava na comunidade da Maré, zona norte do Rio. Ela era socióloga, com mestrado em Administração Pública. A vereadora era defensora dos direitos humanos, autora de frequentes denúncias de violações de direitos de negros, moradores de favela, mulheres e pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).

O Sindireceita manifesta profundo pesar pelos assassinatos e se solidariza com os familiares e amigos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além de todos os moradores da cidade que vêm enfrentando uma onda de violência desenfreada.