Editorial

Pode parecer, a primeira vista, que o avanço tático da aprovação de uma nomenclatura de Analista-Tributário para o nosso cargo não tem muita importância, mas ninguém pode negar que isso significa um giro de cento e oitenta graus na rota da política de segregação que vinha sendo imposta pelas forças que se empenharam, e ainda se empenham, em nos distanciar da condição de servidores da Receita Federal. Insistiram, de forma insana e até o último momento da votação do projeto da Super-Receita, em classificar as intenções da categoria como subterfúgio para um "trem da alegria", sempre escondendo que, se houvesse verdadeiramente essa intenção, ainda assim, não chegaria nem perto do que se tem concretamente entre os que nos confrontaram. Matérias em jornais, até mesmo no day after da sessão que aprovou o projeto, continuam a divulgar as posições tendenciosas dos hipócritas espirituosos.

Embora contentes com a resposta dada pela sociedade ao nosso pleito, é bom que tenhamos clareza de que esta guerra não chegou ao seu final. A bem da verdade, nem se concluiu, ainda, essa batalha. Dentro do processo legislativo, uma lei só se integra ao ordenamento jurídico quando sancionada pelo Presidente da República ou, em caso de veto a algum ponto da lei, após a derrubada do mesmo pelo Congresso Nacional. E aí reside mais uma etapa que deve ser encampada por todos.

As pressões pela sanção presidencial devem ser mantidas no mesmo patamar como foram feitas pela aprovação: com o pedido de interferência dos parlamentares da base do governo em cada estado pela sanção da nova nomenclatura do cargo e, principalmente, da paridade entre ativos e inativos. A bandeira da paridade é uma bandeira de todas as entidades envolvidas nesse processo. Questão de honra para o nosso Sindicato e de justiça para com aqueles que dedicaram a íntegra de suas vidas para construir o País em que vivemos. E quando se fala em construir o País não é em sentido figurado, pois foi com os recursos da suas contribuições que foi possível financiar o primeiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na época "ame-o ou deixe-o".

Agora, aqueles que amaram o nosso País podem ser deixados, mais uma vez, a mingua pelos que não tem memória histórica nem respeito pelos que criaram as bases do que temos de bom nele hoje. Aqueles que têm energia vital devem usá-la para ajudar a construir a justiça e o desenvolvimento pessoal e coletivo.

Enquanto tivermos fôlego e energia ela deve ser usada para a criação de relações dignas de trabalho, respeito e segurança aos nossos semelhantes, e dignidade para quando esse fôlego e essa energia se dissiparem.